Jaqueline Silveira: a crise sem fim no MDB gaúcho

Jaqueline Silveira

Jaqueline Silveira: a crise sem fim no MDB gaúcho
Foto: Ester Espíndola

A crise interna no MDB gaúcho parece não ter fim. Pelo menos, é o que os indícios apontam.

Na noite de sexta-feira, a executiva estadual se reuniu a pedido do secretário-geral da legenda e também presidente nacional da Juventude, o vereador licenciado de Restinga Sêca Norton Soares da Rosa, e cancelou o encontro do diretório, marcado para domingo com o objetivo de definir os rumos do partido nas eleições. Os cerca de 70 membros decidiriam no voto se o MDB confirmaria a pré-candidatura do deputado Gabriel Souza ao Piratini ou se apoiaria Eduardo Leite (PSDB), como quer a cúpula nacional. No país, o PSDB está fechado com a senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência do MDB.

Por unanimidade, conforme nota divulgada, a executiva decidiu cancelar a reunião de domingo e reforçou a pré-candidatura de Gabriel. A decisão final sobre os rumos do MDB caberá à convenção do dia 31 julho. À coluna, Rosa disse que pediu a reunião para evitar um maior desgaste dentro do partido. “Na verdade, o encontro (do diretório) é que provocaria mais rachas, mais brigas” – justificou ele, que é o atual secretário de Saúde de Restinga.

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O secretário-geral disse que compreende a decisão do presidente estadual do MDB, Fábio Branco, em convocar o diretório com o objetivo de dar uma resposta à direção nacional que recomendou a aliança com o PSDB e o apoio ao ex-governador Leite. Contudo, reforçou Rosa, o diretório estadual já definiu, em 27 de março, Gabriel Souza como pré-candidato ao Piratini. “Chamar a reunião do diretório acabou dando palco para quem não quer a candidatura própria se projetar. Nós não temos que ficar discutindo teses que não agregam, nós temos é que fazer pré-campanha”, argumentou o dirigente emedebista, que acompanhou Gabriel em agendas pelo interior do Estado, neste final de semana.

Há uma grande divisão interna no MDB, especialmente na ala histórica do partido. Os ex-governadores Pedro Simon e José Ivo Sartori, além de outros setores, defendem a candidatura própria. Já o ex-governador Germano Rigotto, que coordena o plano de governo de Simone Tebet, e o ex-senador José Fogaça são a favor do apoio a Eduardo Leite. “Essa instabilidade no partido”, segundo Rosa, está atrapalhando a formação de alianças. Como a decisão final foi empurrada para dia 31 de julho, o MDB tende a protelar o desgaste.

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